HISTÓRIA
Desde há séculos que o entusiasmo pela Tauromaquia corre nas veias dos terceirenses. A partir dos anos cinquenta e sessenta, do Séc. XX, tal como no passado, continuaram a aparecer jovens amadores de grande qualidade, tendo muitos deles começando a dar nas vistas nas tradicionais touradas dos estudantes do liceu de Angra. Este facto ajudou a que, também entre os estudantes se mantivessem núcleos de aficionados. Existia o entusiasmo, mas havia a necessidade de promover a concentração de todos os interesses dispersos, numa instituição que pudesse unir todos, promovesse a Festa dos Toiros e que fosse, também, local privilegiado para o encontro de todos quantos por ela se interessavam. Havia a noção de que já tinham sido feitas algumas diligências para a criação de um clube taurino, infelizmente sem sucesso. Todos estes factores levaram a que retomasse a ideia da fundação de uma tertúlia tauromáquica, o que constituiu tema de algumas conversas e algumas reuniões.
Havia interesse em que qualquer iniciativa naquele sentido tivesse a participação de aficionados de toda a ilha. Para que tal fosse possível, o ganadeiro José Albino Fernandes propôs a realização de uma ceia numa adega que possuía nos Biscoitos, para que foram convidados aficionados residentes em quase todas as freguesias desta ilha. No fim do repasto intervieram alguns dos promotores da ideia da criação da Tertúlia, tendo sido divulgado publicamente aquele propósito pela primeira vez. Pela reação entusiástica, que a notícia causou, todos ficaram absolutamente convencidos que, daquela vez, estavam criadas as condições necessárias para que o projeto fosse avante. Entretanto, um grupo de aficionados, composto pela Sra. Dona Maria João Ávila e pelos Srs. Henrique Barcelos e Manuel Machado Cota, ultimavam a elaboração dos estatutos. Estávamos a entrar numa fase crucial do processo, pois, naquele tempo, não era fácil conseguir a constituição legal de uma coletividade, dada a suspeição com que era encarado o aparecimento de novas associações.
Além de algumas “influências” junto do Governador Civil de então, havia a necessidade de que os estatutos a apresentar para a aprovação fossem subscritos por aficionados cuja idoneidade fosse indiscutível. Felizmente tal não foi difícil, sendo esse grupo de trinta e uma pessoas, que em 22 de Janeiro de 1966, assinou o pedido de aprovação dos estatutos, que passou a constituir o núcleo de sócios fundadores da Tertúlia. Foram eles: José Albino Fernandes; Guilherme Manuel Areia Borges Cota; Manuel Machado Cota; Marcelo Borges Pamplona; João Luís Pamplona dos Reis; Henrique de Sousa Barcelos; Maria Alvarina Soares Fernandes; Maria João Azevedo Ávila; José de Castro Parreira Coelho; José Dinis Fernandes; Virgínio Barcelos da Silveira Bettencourt; Álvaro Inácio Gomes; Gaspar Baldaya do Rego Botelho; Frederico Manuel da Ponte Pacheco; Guilherme Pacheco do Canto Brum; Jorge Abreu de Castro Parreira; Alberto Carlos de Ornelas Ourique; Pedro Alberto Moniz Leal; Pedro de Alcântara Sodré de Areia; Rui do Valle; Luís Gaspar de Lima; Jacinto da Silva Soares; António Mendes Linhares; Fernando Ferreira de Ávila; Augusto Ferreira de Ávila; António Sodré de Areia Borges; Diogo Meneses Ávila; José Gabriel Dinis Toledo; Luís António de Borba; António da Fonseca Carvão e Câncio Mendes. Finalmente, em quatro de Abril de 1966, foi emitido o alvará que aprovou os primeiros estatutos da Tertúlia Tauromáquica Terceirense “Thomé Bello de Castro”.
Havia interesse em que qualquer iniciativa naquele sentido tivesse a participação de aficionados de toda a ilha. Para que tal fosse possível, o ganadeiro José Albino Fernandes propôs a realização de uma ceia numa adega que possuía nos Biscoitos, para que foram convidados aficionados residentes em quase todas as freguesias desta ilha. No fim do repasto intervieram alguns dos promotores da ideia da criação da Tertúlia, tendo sido divulgado publicamente aquele propósito pela primeira vez. Pela reação entusiástica, que a notícia causou, todos ficaram absolutamente convencidos que, daquela vez, estavam criadas as condições necessárias para que o projeto fosse avante. Entretanto, um grupo de aficionados, composto pela Sra. Dona Maria João Ávila e pelos Srs. Henrique Barcelos e Manuel Machado Cota, ultimavam a elaboração dos estatutos. Estávamos a entrar numa fase crucial do processo, pois, naquele tempo, não era fácil conseguir a constituição legal de uma coletividade, dada a suspeição com que era encarado o aparecimento de novas associações.
Além de algumas “influências” junto do Governador Civil de então, havia a necessidade de que os estatutos a apresentar para a aprovação fossem subscritos por aficionados cuja idoneidade fosse indiscutível. Felizmente tal não foi difícil, sendo esse grupo de trinta e uma pessoas, que em 22 de Janeiro de 1966, assinou o pedido de aprovação dos estatutos, que passou a constituir o núcleo de sócios fundadores da Tertúlia. Foram eles: José Albino Fernandes; Guilherme Manuel Areia Borges Cota; Manuel Machado Cota; Marcelo Borges Pamplona; João Luís Pamplona dos Reis; Henrique de Sousa Barcelos; Maria Alvarina Soares Fernandes; Maria João Azevedo Ávila; José de Castro Parreira Coelho; José Dinis Fernandes; Virgínio Barcelos da Silveira Bettencourt; Álvaro Inácio Gomes; Gaspar Baldaya do Rego Botelho; Frederico Manuel da Ponte Pacheco; Guilherme Pacheco do Canto Brum; Jorge Abreu de Castro Parreira; Alberto Carlos de Ornelas Ourique; Pedro Alberto Moniz Leal; Pedro de Alcântara Sodré de Areia; Rui do Valle; Luís Gaspar de Lima; Jacinto da Silva Soares; António Mendes Linhares; Fernando Ferreira de Ávila; Augusto Ferreira de Ávila; António Sodré de Areia Borges; Diogo Meneses Ávila; José Gabriel Dinis Toledo; Luís António de Borba; António da Fonseca Carvão e Câncio Mendes. Finalmente, em quatro de Abril de 1966, foi emitido o alvará que aprovou os primeiros estatutos da Tertúlia Tauromáquica Terceirense “Thomé Bello de Castro”.
PORQUÊ TERTÚLIA "THOMÉ BELLO DE CASTRO"?
Sabendo-se da tendência dos aficionados terceirenses para se agruparem em facões mais ou menos conotadas com as ganadarias locais, e pretendendo-se que tal facto não viesse a constituir motivo para eventuais não aderências ao projeto da constituição da Tertúlia, achou-se que Thomé Bello de Castro, já falecido naquela data, e que fora aficionado e amador tauromáquico de grande prestígio, seria o nome mais indicado para patrono da mesma. Além de constituir uma merecida homenagem àquele ilustre aficionado terceirense, seria uma figura de consenso que ajudaria a unir todos os amantes da Festa.
Sem fundos próprios que permitissem a instalação da Tertúlia numa sede com maior dignidade, acabou por ficar instalada no rés-do-chão da casa número 17 da Rua da Miragaia, com uma renda mensal de 350$00, suportada inicialmente pelo ganadero José Albino Fernandes. A pouca mobília com que se podia contar foi cedida gratuitamente por diversos entusiastas. Ali se manteve até à inauguração da atual sede, junto à Praça de Toiros Ilha Terceira, em 1992.
Sem fundos próprios que permitissem a instalação da Tertúlia numa sede com maior dignidade, acabou por ficar instalada no rés-do-chão da casa número 17 da Rua da Miragaia, com uma renda mensal de 350$00, suportada inicialmente pelo ganadero José Albino Fernandes. A pouca mobília com que se podia contar foi cedida gratuitamente por diversos entusiastas. Ali se manteve até à inauguração da atual sede, junto à Praça de Toiros Ilha Terceira, em 1992.
A coletividade rege-se pelos seguintes objetivos
- Diligenciar por manter sempre vivo e cada vez mais forte o interesse dos seus associados pela Coletividade, pela defesa da universalidade da “Festa Brava”;
- Dinamizar e apoiar as mais variadas iniciativas de comprovado interesse tauromáquico, nomeadamente o denominado Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense;
- Desenvolver na sua sede social, e pontualmente noutros locais a designar, atividades lúdicas, sócio-culturais, visando o divertimento, a formação e culturas taurinas, sempre com privilégio dos seus associados, indo ao encontro dos demais amantes da “Festa Brava”;
- Criar e identificar na sua sede social ou espaços adjacentes zonas próprias para a instalação de um museu com recordações taurinas, de uma sala de leitura com biblioteca e videoteca, de um bar ou restaurante, áreas de lazer para atividades festivas e culturais;
- Estabelecer protocolos com entidades oficiais ou particulares, com as suas congéneres nacionais ou estrangeiras, para as mais variadas iniciativas de comprovado interesse tauromáquico;
- Elaborar candidaturas a sistemas de apoio oficiais nacionais ou internacionais, que se enquadrem no âmbito das suas atividades, visando o melhoramento da atual sede social, a aquisição de novos espaços ou equipamentos, a realização de eventos culturais, turísticos e recreativos e para as mais variadas iniciativas de comprovado interesse tauromáquico;
- Criar e dinamizar a escola taurina, promovendo, na medida do possível, formações específicas e outras atividades de comprovado interesse tauromáquico.
- Apoiar, dinamizar e realizar propaganda tauromáquica, sempre com o objetivo de, através de uma maior divulgação, se conseguir uma permanente expansão;
- Colaborar com as suas congéneres nacionais e estrangeiras, na perspetiva de uma mais fácil concretização de objetivos comuns.
Foi cumprindo com estes intemporais objetivos ao longo destes anos de existência – contando também com o evoluir dos tempos, das melhorias das condições de vida, da dedicação e da visão dos sucessivos órgãos sociais – que a Tertúlia Tauromáquica Terceirense se foi afirmando no panorama taurino, sendo hoje em dia uma referência a nível nacional e internacional.
A Tertúlia Tauromáquica Terceirense “Thomé Bello de Castro” conta hoje com:
- Uma sede social na qual consta Biblioteca, Videoteca e Museu Taurino;
- Número de sócios superior a 600;
- O Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, fundado em 1973;
Ao longo da sua história, conta com as seguintes realizações e participações:
- Um Boletim Quinzenal no jornal local “Diário Insular”;
- Um Programa de Rádio quinzenal “Aficion Atlântica” em co-organização com o Rádio Clube de Angra;
- Organização dos Festivais Internacionais dos Açores de Escolas Taurinas, com a presença de alunos de prestigiadas escolas internacionais tais como da França, da Venezuela, da Colômbia, da Espanha e de Portugal Continental;
- A revista anual “Festa na Ilha”, que se trata da única publicação taurina da região de carácter regular, desde 1997;
- Entidade co-organizadora da Feira do Cavalo e do Toiro com edições em 2004 e 2005;
- Entidade co-organizadora do Ciclo de Tentas Comentadas, evento altamente pedagógico, realizado em várias praças de tentas da ilha, desde 2006;
- Várias excursões taurinas, nomeadamente a Espanha, França e América Latina, com o intuito de alargar os horizontes tauromáquicos de todos os nossos associados;
- Representação da tauromaquia açoriana em eventos ou organismos tauromáquicos no continente português, como a Feira Nacional do Toiro em Santarém;
- Sócio fundador e membro da Direcção da Prótoiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia;
- Homenagens a pessoas ou entidades pelos feitos taurinos e entrega ao engrandecimento da nossa “Festa Brava”.
- Membro da Comissão Regional de Tauromaquia, órgão consultivo da Direcção Regional da Cultura, desde a sua criação;
- A pedido de algumas escolas e campos de férias a Tertúlia também prepara várias visitas locais de interesse, nomeadamente, à nossa coletividade, a ganadarias locais e à Praça de Toiros Ilha Terceira, onde, de perto, os mais jovens pudessem conhecer mais alguns pormenores da realidade taurina terceirense.
- Atividade social bastante intensa, nomeadamente em festas como o São Martinho, Passagem de Ano, Carnaval, Jogos e Torneios e criando, por exemplo, uma inovação desde 2005 com a participação nas Sanjoaninas da Marcha “Angra Cidade Taurina”;
- Entidade promotora e executora do Projecto “Monumento ao Toiro – Um Símbolo Cultural Açoreano para o Mundo”, inaugurado em Janeiro de 2011 e oferecido à cidade de Angra do Heroísmo;
Nas últimas décadas foi desenvolvida uma inédita estratégia global integrada, que visa a melhoria da qualidade da nossa tauromaquia e a aposta no segmento do turismo taurino internacional. Neste âmbito são fulcrais várias vertentes:
- Evolução legislativa ao nível do Regulamento Tauromáquico, por forma a nos aproximarmos dos níveis de excelência dos grandes centros taurinos internacionais;
- Forte promoção da Terceira e da sua Tauromaquia a nível internacional, aumentando sucessivamente a nossa notoriedade, para o que é determinante:
- A organização na Terceira de Congressos Internacionais como o Fórum Mundial da Cultura Taurina, com edições em 2009, 2012 e 2014 (repetindo normalmente a cada 2 anos) e do IX Congresso Mundial de Criadores de Toiros de Lide, realizado em 2010;
- Organização da Tauromaquia nas Sanjoaninas, desde 2011;
- Estes eventos têm sido levados a cabo com um cuidado plano de cobertura mediática, que permitiu catapultar a imagem da Terceira para o centro das atenções dos meios taurinos especializados e inclusivamente de meios de comunicação generalistas – tem sido frequentes as reportagens no “Tendido Cero” (programa taurino da TVE – televisão públicas espanhola), no programa “Paisaje Herrado” do Canal+ Toros, no programa “Signes du Toro” do canal francês France 3, assim como noutros programas em canais regionais;
PRÉMIOS E DESTINÇÕES
Tudo isto tem vindo a trazer resultados sem precedentes na história da nossa tauromaquia. Para além daqueles que têm vindo aos Congressos Internacionais, desde 2014 já têm vindo às Sanjoaninas excursões com turistas taurinos franceses e espanhóis, em número crescente.
O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido fez a Tertúlia Tauromáquica Terceirense merecer várias distinções:
O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido fez a Tertúlia Tauromáquica Terceirense merecer várias distinções:
- Prémio da Asociación Taurina Parlamentaria do Senado Espanhol – pela “sua intensa trajectória e pelo grande labor de promoção e difusão dos valores da Festa mediante o constante contributo para a mesma e especialmente no seu conteúdo cultural com a organização de eventos de grande transcendência e significado”
- Votos de louvor e reconhecimento da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e das Assembleias Municipais de Angra do Heroísmo e da Praia da Vitória
- Galardão Prestígio do Clube Tauromáquico Sector 1 de Lisboa
- Homenagens de reconhecimento da Tertúlia Tauromáquica O Piriquita da Arruda dos Vinhos, da Tertúlia Tauromáquica do Sobral de Monte Agraço e da Tertúlia Tauromáquica do Agrupamento de Escolas de Alter do Chão
É indiscutível a importância da tauromaquia em todas as suas vertentes para o terceirense, e é, com orgulho, que nós, Tertúlia Tauromáquica Terceirense, nos assumimos como uma entidade de referência do sector.