A TOURADA À CORDA

Vê no vídeo abaixo as recomendações para participar numa tourada à corda!

A NOSSA TRADIÇÃO!

Ao falar da tauromaquia terceirense, é indissociável que se fale daquela que é a génese da afición desta ilha, daquela que é tradição secular, e a mais popular do arquipélago, a Tourada à Corda.

A primeira referência à tourada à corda remonta ao longínquo ano de 1622, por ocasião das celebrações, em Angra, pela canonização de São Francisco Xavier e de Santo Inácio de Loyola. Conta a história, que em tais celebrações, “correram-se” toiros de corda pelas ruas da cidade. Não obstante, acredita-se que anteriormente já existiam estas manifestações populares.

Tem como elemento central o Toiro Bravo, que é idolatrado pelas nossas gentes, e o facto de não ser um evento fixo ou estático, sendo a festividade realizada um pouco por toda a ilha, levando o toiro à porta de cada aficionado, e de livre acesso.

Tratar-se de um evento tauromáquico de cariz popular, com exacerbada expressão na ilha Terceira, onde 4 toiros de raça brava são corridos, individualmente, ao longo de um arraial devidamente montado e assinalado numa rua ou estrada, num percurso em que o toiro é controlado por uma corda, amarrada ao pescoço, e segura por um grupo de homens, uniformemente trajados, que se designam como “pastores”.

É função dos pastores conduzir o toiro, não permitindo que este ultrapasse os limites do percurso, assinalados com linhas brancas no solo, bem como defender a integridade do animal e até mesmo enaltecer as suas qualidades, para benefício da Festa e do próprio ganadeiro (proprietário).

Papel de relevo têm também os “Capinhas”, em geral rapazes, responsáveis pela lide dos toiros na rua. Afoitos e com pé ligeiro, executam passes na cara do toiro, sejam sortes a corpo limpo ou com recurso a um objeto (guarda-sol ou pano), tirando o melhor partido das suas investidas, das suas qualidades, da sua bravura.

A Tourada à Corda acompanhou a evolução dos tempos, e hoje em dia é um espetáculo devidamente legislado, e com um conjunto de normas que garantem o seu bom funcionamento, a saúde e o bem-estar do animal, bem como a segurança da população.

Entre outros, o regulamento vem estabelecer procedimentos, tais como os sinais correspondentes aos limites do arraial (riscos no chão), os sinais a utilizar na saída e recolha do toiro, através de foguetes. Para proteção dos espectadores e curiosos, os toiros não estão “em pontas”, sendo corridos com proteções metálicas ou de couro nas hastes. Define ainda que após a lide, os animais são devolvidos às pastagens, podendo ser repetidamente utilizados, embora com um período de descanso mínimo de 8 dias.

Há muito que as touradas à corda soltaram amarras e tornaram-se costume em outras ilhas, com especial incidência na Graciosa e São Jorge. Mas é na Terceira que está a sua essência, sendo realizados entre 1 de maio e 15 de outubro de cada ano civil, mais de 200 festejos, conforme as estatísticas.

A Tourada à Corda continua a ser um espetáculo alegre, de cor, de emoção, e onde está sempre presente o fator surpresa, local de convívio e de partilha. Está intrinsecamente vincado no quotidiano do nosso povo, é cultura, é a nossa identidade.

ESTATÍSTICAS